sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A solidão de Castanhola, Texto de Rozilda Euzebio Costa



Contos de preservação do Meio Ambiente

Educação Ambiental Infantil

By Rozilda Euzebio Costa



Castanhola nasceu em meio a uma natureza magnífica e pura, ainda sem os efeitos devastadores causados pela ação do homem. Sua família sempre foi muito conhecida pelos seus frutos, os quais também nós chamamos de “Castanha do Pará” ou “Castanha do Brasil”, frutos muito saborosos e ricos em proteínas.

No entanto, os tempos mudaram, e mesmo permanecendo viva, Castanhola viu sua família sendo destruída. Suas amigas e vizinhas foram sendo derrubadas, umas para fornecimento de madeiras, outras para a formação de pastagem para o gado. E muitas árvores da vizinhança foram devoradas pelo fogo ateado propositalmente por aqueles que se diziam proprietários das terras onde elas haviam crescido. Alguns diziam fazer isso para a plantação de alimentos, outros, para a formação de pastagem para a criação de bovinos... 

– Bem... eu, Castanhola... Eu permaneci. Continuo existindo solitária, neste mundo transformado pela ação do homem. Os pássaros, esses também se tornaram escassos por aqui. Vez ou outra eu recebo a visita de algum passarinho meio atordoado e perdido. Alguns deles migraram para a cidade, onde também correm o risco de morrerem por alguma pedrada de baladeira, ou por comerem alimentos inadequados para o estômago de um passarinho. Os poucos pássaros que ainda vivem por aqui, não possuem mais o encantamento de outros tempos, quando faziam algazarras festivas, como se tivessem comemorando a vida. Isso tudo que vem acontecendo, é o resultado de uma mudança drástica no meio ambiente. Tudo vai mudando, se tornando algo dividido, sendo meio natural e meio fabricado, resultados do tal progresso. Penso que o progresso é bom, mas não deve mudar a essência natural das coisas. Pergunto a mim mesma – o que será de mim?! Meus frutos já não são tantos como outrora, quando eram abundantes e robustos. Hoje, já não tenho força para produzi-los. Talvez no próximo ano eu já nem esteja mais de pé... Meu tronco parece estar enfermo, eu tenho uma ferida causada por um fogo nas queimadas do ano passado. Sinto-me a balançar quando o vento passa com um pouco mais de velocidade, parece que vou cair a qualquer momento... Ah Sr. Fazendeiro, tenha pena de minha Mãe Natureza! Eu peço. Seja mais amável e cuidadoso com aquela que tem participação fundamental na composição da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Meu gatinho Einstein brincando com seu amiguinho Toddynho

Lindezaaaas!! Einstein