sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Jacareína - Rozilda Euzebio Costa


Educação Ambiental Infantil
By Rozilda Euzebio Costa

Dois amigos resolveram sair pra caçar numa pequena floresta que ficava numa região próxima de onde moravam. Prepararam tudo e partiram ao entardecer. 

Logo que chegaram ao local programado, perto de um riacho, cuidaram de armar suas barracas e preparar suas tralhas para a caçada noturna. A noite estava linda, com uma lua imensa e brilhante no céu. As estrelas cintilavam na imensidão do universo, enfeitando-o com realeza.

Ao terminar de montar as barracas, os dois amigos foram preparar algumas armadilhas para pegar algum animal que passasse por ali. 

O silêncio foi interrompido por um cântico que ecoava floresta adentro, e deixou os dois caçadores arrepiados de medo. Seus cabelos eriçaram e um pavor lhes tomou conta da mente. Como poderia alguém cantar daquela forma numa floresta solitária?! Seria alguma assombração?! – pensou um deles, enquanto olhava para o amigo com os olhos arregalados. 

- Você ouviu? Ouviu isso? 

- Psiu! Silêncio! Está cantando novamente!

Os dois permaneceram em silêncio por mais alguns segundos ouvindo o canto, que parecia se aproximar.

Eu sou um jacaré, e vivo na floresta,
E a minha vida é uma festa taaaá,
Durmo o dia todo, brinco durante a noite,
E em caçadores dou os meus açoites... La la la ra la, la la la ra...e em caçadores dou os meus açoites.” 

E o canto foi se aproximando... se aproximando...

- Minha nossa, isso é um fantasma! – disse um deles já querendo correr e ir embora. E o som se aproximando cada vez mais.

De repente, silêncio total. Nenhum som se ouvia mais. Nem mesmo os grilos cricrilavam. 

Um dos caçadores então disse ao outro:

- Foi embora, Graças a Deus! E nós também vamos. Pegue suas coisas, rápido!

- Mas, se o fantasma já foi embora, então a gente não precisa ir! E se isso foi apenas coisa da nossa imaginação?! Talvez fosse porque estávamos com medo! – disse o outro caçador ao amigo.

Enquanto isso, algo ou alguém, se aproximava deles por entre os pequenos arbustos.

- Muito bonito hein! Querendo caçar meus amigos! – disse aquela voz.

Os dois viraram de repente e um deles focou com a luz da lanterna na direção da voz e deparou-se com um grande jacaré.

- O que é isso?! Um Jacaré falando?! Socorro! Vamos correr!

- Ha ha há haa. Seus medrosos! E eu não sou um jacaré, eu sou ela, entendeu? Ela! Meu nome é Jacareína.

- Você fala? Como gente? Isso não pode ser desse mundo! – disse um dos caçadores coçando a cabeça e com olhos esbugalhados.

- O que há de errado no meu falar? Vocês humanos tem cada uma viu! Quem disse que bicho não fala? Bicho fala sim!

Os dois caçadores, pasmados, não conseguiram falar mais nada, ficaram extremamente admirados com Jacareína. 

Ela continuou falando:

- Então, seus malvados, vão embora daqui! Os meus amigos animais querem viver. Vamos corram! Eu vou dar umas rabanadas em vocês se não forem embora agora!

E os dois caçadores começaram a correr. E correram tanto que até largaram suas tralhas de caça para traz. Não tiveram nem mesmo a lembrança das coisas que haviam trazido para a caçada. E aprenderam que não se deve caçar animais da floresta para matar, usando como desculpa de que a caça é um esporte porque não é! O esporte é vida. O esporte não mata, não tira vidas. Matar animais indefesos apenas por diversão é uma maldade muito grande. É preciso preservar a vida e a natureza, porque natureza também gera vida.

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